O que é o projeto?

O litoral sul do Rio Grande do Norte é apontado como principal área de reprodução de tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) no Atlântico Sul. Em 2014 a comunidade da Praia de Búzios chamou a atenção da Oceânica para a existência de desova de tartarugas marinhas na região, embora não houvesse na área qualquer monitoramento, pesquisa ou atenção voltada ao tema. Os moradores apontaram a necessidade de ações para a proteção das tartarugas, principalmente dos filhotes que morriam atropelados ao serem atraídos pelas luzes dos postes e refletores (fotopoluição). Eles solicitaram uma capacitação para que soubessem proteger os animais em momentos de desova, eclosão ou encalhe.

Neste mesmo ano a Praia de Búzios, devido à sua potencial importância como área de reprodução de tartarugas marinhas, foi incorporada à proposta de criação de Unidade de Conservação "APA Recifes de Pirangi". Coordenamos esta proposta junto com parceiros e a entregamos ao ICMBio em 2018.

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A Oceânica teve assento durante os últimos cinco anos no Conselho Gestor (CG) da da APA Bonfim-Guaraíra (APABG), unidade de Conservação na qual Búzios está inserida. Em 2016, reconhecendo a existência das desovas de tartarugas marinhas daquela praia, nós em parceria com o TAMAR, propusemos ao CG da APA tornar as tartarugas alvo prioritário de conservação no seu Plano de Manejo, proposta prontamente acatada pelos Conselheiros.

Em 2018 iniciamos o primeiro monitoramento sistematizado da temporada reprodutiva das tartarugas-de-pente. A partir desse ano, todas as temporadas posteriores foram monitoradas, resultando em mais de 390 ninhos e 29.000 filhotes protegidos. A temporada 2020/2021 foi um grande desafio, pois trabalhamos sem financiamento e durante a pandemia, mas a natureza nos presenteou com 151 ninhos, o maior número registrado em Búzios até hoje!

O conhecimento gerado vem sendo utilizado em ações de educação, proteção, conservação e pesquisa. Nestes três anos, publicamos dois capítulos de livro, histórias em quadrinhos, cartaz informativo, material audiovisual e lives. Além disso, criamos uma exposição fotográfica e realizamos muitas atividades educativas com as escolas e comunidades litorâneas. Gestores municipais e estaduais recebem informações sobre os resultados do monitoramento a cada ano, assim como o Conselho Gestor da APABG.

O monitoramento participativo, feito por um grupo de voluntários locais organizados pela Oceânica, é para nós também um grande motivo de satisfação. Este grupo existe há três anos, desde o início do monitoramento e é formado por moradores, pescadores, donos de barracas de praia e pousadas, surfistas e educadores. Semanalmente nos comunicamos sobre uma infinidade de assuntos relacionados ao cuidado com as praias. O olhar destes cidadãos se tornou cada vez mais alinhado com a proteção do litoral e a participação social.

Diante desse “novo status” da praia, é necessário que sejam desenvolvidas soluções para problemas que interferem negativamente na reprodução da espécie, como a fotopoluição, trânsito constante de veículos nas areias e resíduos sólidos. Acreditamos que unidos, Oceânica, poder público e comunidade, podemos buscar formas de conservar Búzios e aproveitar a grande riqueza que temos: um importante berçário de uma espécie de tartaruga marinha criticamente ameaçada.

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CASA OCEÂNICA PIRANGI
PRAÇA SÃO SEBASTIÃO
SECRETARIA REGIONAL DO LITORAL, 100B, ANEXO 2
DISTRITO LITORÂNEO DE PIRANGI DO NORTE
PARNAMIRIM - RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
CEP: 59161-487

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